Capítulo
12
Na casa, Celly ouviu a explosão. Seus olhos se encheram de lágrimas
e ela se abraçou em Brendan, chorando. Bel se lamentou da perda
de uma boa agente. Kyle apenas abaixou a cabeça e deixou uma lágrima
correr por seu rosto. Celly imediatamente ligou para o general contando
o ocorrido. Do outro lado da linha, pode perceber que ele também
chorava.
No esconderijo, os bandidos escutaram a detonação. Um deles
pulou da cadeira.
- Nos descobriram! Mas pegamos um!
- cala a boca, formiga! Não há
como nos descobrir, vai ver foi só um animal que pisou em cima!
Isso vai assustar a polícia. Mesmo assim, vai ver o que aconteceu.
- sim, chefe!
O bandido saiu para ver o que havia acontecido.
Atrás de uma grande pedra, Val ainda respirava aliviada. Não
conseguira impedir a detonação, mas conseguira a retardar.
Deu tempo para que ela se escondesse. Olhou o estrago e assobiou. � que
mina! �Ela pensou �porra, não sobraria osso sobre osso se me pegasse�.
Ela riu, mais uma vez tinha escapado.
Lembrou-se que os bandidos podiam ter ouvido. Se preocupou. Agora eles
podiam descobrir que foram descobertos. Ela rapidamente pensava em algo.
Ela ouviu um barulho e sem se mexer observou. Era um veado. Ela olhou para
a floresta e mentalmente agradeceu.
Ela colocou o silenciador na arma. Respirou fundo e atirou. Atingiu o animal
no peito. Se aproximou dele. Ainda respirava. Ela deu um beijo no animal,
um modo de pedir desculpas. Ela o olhou nos olhos.
- desculpe, amiguinho. Mas é por uma boa
causa.
Ela murmurou algumas palavras no ouvido do animal e ele a olhou, como se
a entendesse. Ela falava com ele no idioma indígena. Era um
feitiço que ela aprendera com o pajé, dizia que o animal
iria voltar como um guerreiro. Depois atirou em sua cabeça,
para que ele não sofresse. Antes dela ter atirado pela primeira
vez, ela teve certeza de que não era uma fêmea e nem filhote.
Ela pegou uma faca especial que tinha. Nunca a tinha usado, agora era a
vez. Ela abriu a barriga do animal , retirou suas vísceras e as
espalhou, depois cortou o animal em vários pedaços. Ela abriu
sua cabeça e retirou o cérebro, que bateu contra uma pedra
para que parecesse muito danificado, colocou no meio de uma trilha, que
ela sabia que iriam vir por ela, pois ainda era fresca, tratou de danificar
e muito a cabeça do animal para que desse a impressão que
fora ele a vítima da mina.
No final de seu plano, ela estava totalmente suja de sangue, pedaços
do cérebro, vísceras e carne do animal.
Logo ela ouviu um barulho ao longe, de alguém se aproximando. Subiu
em cima de uma árvore e esperou.
Um homem chegou e olhou para o animal, enojado vomitou, depois caminhou
até onde estava mina, para ver se havia sido o animal que morrera
pela mina. Vomitou novamente, quando estava voltando, Val pulou da árvore,
atrás dele. O pegou pelo pescoço.
- Oi lindinho.. diga boa noite
- Mas que mer....
ela não o deixou terminar de falar. Cortou seu pescoço de
uma orelha a outra e o olhou. Ele segurava sua garganta, enquanto o sangue
esguichava. Tentava falar algo, mas só emitia grunhidos, tentava
fechar o corte com as mãos, não conseguiu. Enquanto ele agonizava,
Val sorria e antes que ele exalasse o último suspiro, Val mandou
um beijo para ele.
Val catou e colocou em um cantil grande parte do sangue dele, sabia que
iria precisar dele depois. Amarrou uma corda ao corpo e o foi arrastando.
Ela sabia que havia mais minas por ali.
Val caminhou por meia hora e quase pisou em outra mina, a sorte era que
não haviam a escondido bem. Mas a mina estava em um lugar estratégico,
ela só poderia passar se a mina detonasse. Ela olhou para aquele
cadáver, já todo sujo de terra.
Ela o colocou em cima da mina e passou por cima dele. Ela já tinha
se livrado da mina, mas não podia deixar o corpo ali. Deu mais corda
e o puxou, a mina explodiu novamente, espalhando pedaços dele por
todos os lados. Val colocou um pouco de sangue em algumas partes, para
que desse a impressão que ele tinha morrido na explosão.
Por sorte, a cabeça tinha se explodido em centenas de pedaços
e não dava para perceber que ele teve a garganta cortada. Val continuou
seu caminho, cuidando com cada passo.
Novamente uma explosão foi ouvida pelos bandidos. Aquele que antes
tinha mandado o bandido para verificar a primeira explosão, balançou
a cabeça.
- Idiotas! Esses imbecis nunca lembram onde colocaram
a mina!
Celly ainda estava chorando nos braços de Brendan quando ouviu uma
Segunda explosão. Ela pulou da cadeira.
- vocês ouviram? � ela perguntou
- Sim. Outra explosão. Algum dos bandidos
se confundiu e caiu na própria armadilha � disse Bel.
Celly colocou as mãos na cabeça.
- temos que continuar sem ela, ela gostaria que
fosse assim � disse ela se levantando e mostrando uma grande força
� vamos bolar outra estratégia
eles se sentaram e começaram a discutir outro plano, quando Kyle
ouviu algo.
- Ouçam � ele disse � parece um ruído
- é mesmo! � disse Brendan � parece alguém
falando.. e vem.. do comunicador!!
Celly correu e aumentou o volume pode escutar Val pragejando
- Kacete, karalho. Vocês vão
ligar essa porra? No mínimo vocês estão dando
uma festa porque acham que eu morri!
- Val!! amorzinho!! Minha irmãzinha querida!!
você está viva!!
- não.. é o meu espírito
que está falando! Vocês realmente acharam que eu tinha
morrido? Vocês acham que eu ia deixar vocês se
livrarem de mim assim, tão fácil?
- Onde você está? � perguntou Kyle
- Num rio agora, posso ver o esconderijo deles.
To doida pra me lavar, to cheia de sangue, mas não posso eles podem
me ver e além disso, na posso ir sozinha. Vou voltar.
- Sangue? � Bel perguntou meio espantada
- Depois eu conto.. � Val ia voltando � droga,
escutei um barulho do esconderijo. Mas a casa está deserta.
Pegou o óculos e olhou melhor. Havia uma entrada secreta. O barulho
não vinha da casa, e sim da entrada. Percebeu que alguém
saia de lá. Rapidamente, subiu em uma árvore. Dois homens
apareceram. Val os observou. Caminharam em sua direção. Ela
sabia que eles não a tinham visto.
Escutou a conversa deles, enquanto se aproximavam. Eles iam descobrir o
que acontecera com o outro, que estava demorando muito. Val sorriu, ela
sabia exatamente o que tinha ocorrido. Eles passaram por ela. Foi então
que ela percebeu que esquecera o binóculos e o cantil. Um deles
pareceu que viu os objetos ao passar. Val jogou uma fruta da árvore
longe para fazer barulho. Eles correram até lá. Val, com
um galho, puxou os objetos com algum esforço.
O homem que tinha percebido os objetos, voltou mas não os encontrou.
Balançou a cabeça e foi saindo. Val pensou em atirar neles,
mas se ela o fizessem poderiam dar por falta deles.
Uma mulher saiu da passagem. Val a reconheceu, era uma assassina. Há
cerca de meio ano o DT ( Diamont Team) se envolveu em um caso com ela,
ela deveria estar presa em uma cadeia de segurança máxima.
Val se perguntava porque ela estava solta. Val não podia falar pois
Lisa podia escutá-la. E na altura da árvore em que Val estava,
podia ser vista por ela. Lisa era profissional e como tal, perceberia Val
escondida. Um lobo uivou. Val aproveitou o barulho e subiu mais, se escondendo
bem.
Os homens voltaram correndo alguns minutos depois, avisando que encontraram
o cadáver. Ela falou com eles e Val pôde escutar apenas algumas
partes, mas era o suficiente para se ter uma idéia do que se passava
no esconderijo.
Depois que ela entrou, Val tomou a certeza de que ela podia sair em segurança.
Desceu da árvore e retomou o caminho.
Celly já estava ansiosa. Val não estava mais falando. Ela
só conseguiu entender algumas frases desconexas que Val ia falando.
Celly sabia que era porque Val estava bolando algo. Val falou do que mais
ou menos iam precisar, Celly anotava o que Val dizia, sem entender. Val
disse que depois explicava. Depois que anotou os equipamentos necessários,
Celly pediu que Brendan fosse buscá-los.
Brendan olhou a lista. �Parece que vamos para a guerra!� ele falou. Celly
não achou graça na piada e ele foi buscar os equipamentos.
Brendan já tinha voltado quando Val apareceu. Todos se assustaram
com o estado dela, mas Bel principalmente.
- O que houve Val? � ela perguntou
- Eu fiz uma festinha lá e me sujei um
pouquinho � ela disse séria
- estás ferida?
- Não. São o sangue de dois animais
que eu matei, Kyle.
- Que bom que você está bem, quase
tive um ataque quando ouvi a explosão.
- Quase, Celly? Você desabou a chorar em
mim!
- Que bom que você se preocupa comigo,
Celly. Mas agora antes de eu contar mais alguma coisa, eu quero é
tomar um banho. Vamos para a base. Lá discutiremos o plano sem riscos
de sermos vistos.
Bel foi no carro com Celly e Val. quando chegaram o general comemorou que
Val estava viva. Val explicou o que tinha ocorrido para Celly e Bel enquanto
tomava banho. Val colocou uma roupa pretas, com boné e tênis
também pretos. Era para a camuflagem, logo ia escurecer e ia ficar
mais fácil.
Depois que Celly contou para os garotos o que acontecera, ele começaram
a bolar um plano. Val ficou com fome e pediu um lanche. Bel anotava tudo
o que eles faziam ou falavam. Queria saber como eles agiam para que ela
pudesse agir como eles.
O lanche chegou, eles estavam comendo quando Bel perguntou como Val
tinha despistado os bandidos com e mina.
- Matei um veado, forjei que ele tinha morrido
com a mina. Depois matei um bandido e detonei a mina com o corpo dele.
� Val disse, enquanto dava mais uma mordida no sanduíche
- Sim, mas como? � Bel perguntou
- Bel, nunca peça detalhes de como Val
faz certas coisas � disse Kyle colocando sua mão sobre a de Bel
� nem sempre estamos preparados para ouvir
- É verdade Bel, você que não
está acostumada, poderia se arrepender � disse Brendan
- é que a Val adora brincar de açougueira
� disse Celly com um sorriso � mas se você acha que está preparada...
- Eu estou, sério, a base me preparou
para alguns tipos de missões onde eu veria mortos.
- Bel! Pode ser perigoso � disse Kyle ainda com
sua mão sobre a dela � as vezes nem nós agüentamos
- Sério, eu estou pronta, pode falar Val.
Val comia pacificamente seu lanche enquanto eles falavam. Nem deu bola
quando Kyle colocou a mão sobre a de Bel, e até riu quando
percebeu que Celly a olhou para saber a sua reação. Quando,
por fim, Bel disse que queria escutar, Val deu um sorriso.
- Eu evitei de falar os detalhes até pro
pessoal. Porque você acha que está preparada?
- porque eu me formei como a melhor. E eu sou
a melhor!
- Ah! Você é? � falou Celly sarcástica
� a base não te prepara para o que você vai enfrentar. Não
é porque você nos ajudou um pouco que você deve se achar
a melhor aqui. Nós somos os melhores e essa linda garota que está
aí na sua frente comendo, linda mesmo, assim como eu, afinal somos
primas � ela disse sorrindo � bem essa garota aí que está
comendo � apontou para Val � é a melhor assassina que o nosso país
já viu. Como vê, ela vai contar os detalhes e vai continuar
comendo enquanto fala, isso mostra que ela não se importa com a
morte. Tem um bom estômago. O pior é você agüentar,
pois ela tem sangue frio, é cruel e sanguinária. Eu e ela
somos as melhores atiradoras. O nosso grupo é o melhor grupo de
agentes especiais que já existiu, ou você acha que é
por causa do nosso carro que somos chamados de Diamond Team? � disse ela,
se referindo à um diamante que eles tiram pendurado no retrovisor.
- Chega Celly..
- não defende Kyle! Eu percebi que
você está afim dela desde que ela entrou!
- Celly, eu só queria ser gentil.
- Não me venha com essa, porque eu se...
- Calem a boca! � era Val gritando � eu não
me importo com o Kyle e nem com a merda da vida sentimental dele e de mais
ninguém! Agora eu estou preocupada em terminar a porra dessa missão!
E mais preocupada estou em comer, cacete!
- Ok, Val, tudo bem. Ninguém aqui vai
mais discutir � disse Brendan � agora conta pra menina como você
fez � ele disse com um sorriso maroto.
- não vai ser detalhado, não temos
tempo � Val deu outra mordida no sanduíche � foi assim, eu retardei
a detonação da mina e para despistá-los eu matei um
veado. Dei um tiro no peito, depois fiz um ritual com ele para que voltasse
melhor na outra vida. Dei um tiro na cabeça dele para acabar com
o sofrimento dele � Val parou de falar para comer
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