Capítulo 12
            Na casa, Celly ouviu a explosão. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela se abraçou em Brendan, chorando. Bel se lamentou da perda de uma boa agente. Kyle apenas abaixou a cabeça e deixou uma lágrima correr por seu rosto. Celly imediatamente ligou para o general contando o ocorrido. Do outro lado da linha, pode perceber que ele também chorava.
            No esconderijo, os bandidos escutaram a detonação. Um deles pulou da cadeira.             O bandido saiu para ver o que havia acontecido.

            Atrás de uma grande pedra, Val ainda respirava aliviada. Não conseguira impedir a detonação, mas conseguira a retardar. Deu tempo para que ela se escondesse. Olhou o estrago e assobiou. � que mina! �Ela pensou �porra, não sobraria osso sobre osso se me pegasse�. Ela riu, mais uma vez tinha escapado.
            Lembrou-se que os bandidos podiam ter ouvido. Se preocupou. Agora eles podiam descobrir que foram descobertos. Ela rapidamente pensava em algo. Ela ouviu um barulho e sem se mexer observou. Era um veado. Ela olhou para a floresta e mentalmente agradeceu.
            Ela colocou o silenciador na arma. Respirou fundo e atirou. Atingiu o animal no peito. Se aproximou dele. Ainda respirava. Ela deu um beijo no animal, um modo de pedir desculpas. Ela o olhou nos olhos.

            Ela murmurou algumas palavras no ouvido do animal e ele a olhou, como se a entendesse. Ela falava com ele no idioma indígena. Era um  feitiço que ela aprendera com o pajé, dizia que o animal iria voltar como um guerreiro.  Depois atirou em sua cabeça, para que ele não sofresse. Antes dela ter atirado pela primeira vez, ela teve certeza de que não era uma fêmea e nem filhote.
            Ela pegou uma faca especial que tinha. Nunca a tinha usado, agora era a vez. Ela abriu a barriga do animal , retirou suas vísceras e as espalhou, depois cortou o animal em vários pedaços. Ela abriu sua cabeça e retirou o cérebro, que bateu contra uma pedra para que parecesse muito danificado, colocou no meio de uma trilha, que ela sabia que iriam vir por ela, pois ainda era fresca, tratou de danificar e muito a cabeça do animal para que desse a impressão que fora ele a vítima da mina.
            No final de seu plano, ela estava totalmente suja de sangue, pedaços do cérebro, vísceras e carne do animal.
            Logo ela ouviu um barulho ao longe, de alguém se aproximando. Subiu em cima de uma árvore e esperou.
            Um homem chegou e olhou para o animal, enojado vomitou, depois caminhou até onde estava mina, para ver se havia sido o animal que morrera pela mina. Vomitou novamente, quando estava voltando, Val pulou da árvore, atrás dele. O pegou pelo pescoço.             ela não o deixou terminar de falar. Cortou seu pescoço de uma orelha a outra e o olhou. Ele segurava sua garganta, enquanto o sangue esguichava. Tentava falar algo, mas só emitia grunhidos, tentava fechar o corte com as mãos, não conseguiu. Enquanto ele agonizava, Val sorria e antes que ele exalasse o último suspiro, Val mandou um beijo para ele.
            Val catou e colocou em um cantil grande parte do sangue dele, sabia que iria precisar dele depois. Amarrou uma corda ao corpo e o foi arrastando. Ela sabia que havia mais minas por ali.
            Val caminhou por meia hora e quase pisou em outra mina, a sorte era que não haviam a escondido bem. Mas a mina estava em um lugar estratégico, ela só poderia passar se a mina detonasse. Ela olhou para aquele cadáver, já todo sujo de terra.
            Ela o colocou em cima da mina e passou por cima dele. Ela já tinha se livrado da mina, mas não podia deixar o corpo ali. Deu mais corda e o puxou, a mina explodiu novamente, espalhando pedaços dele por todos os lados. Val colocou um pouco de sangue em algumas partes, para que desse a impressão que ele tinha morrido na explosão. Por sorte, a cabeça tinha se explodido em centenas de pedaços e não dava para perceber que ele teve a garganta cortada. Val continuou seu caminho, cuidando com cada passo.

            Novamente uma explosão foi ouvida pelos bandidos. Aquele que antes tinha mandado o bandido para verificar a primeira explosão, balançou a cabeça.

            Celly ainda estava chorando nos braços de Brendan quando ouviu uma Segunda explosão. Ela pulou da cadeira.

            Celly colocou as mãos na cabeça.

            eles se sentaram e começaram a discutir outro plano, quando Kyle ouviu algo.

            Celly correu e aumentou o volume pode escutar Val pragejando

            Pegou o óculos e olhou melhor. Havia uma entrada secreta. O barulho não vinha da casa, e sim da entrada. Percebeu que alguém saia de lá. Rapidamente, subiu em uma árvore. Dois homens apareceram. Val os observou. Caminharam em sua direção. Ela sabia que eles não a tinham visto.
            Escutou a conversa deles, enquanto se aproximavam. Eles iam descobrir o que acontecera com o outro, que estava demorando muito. Val sorriu, ela sabia exatamente o que tinha ocorrido. Eles passaram por ela. Foi então que ela percebeu que esquecera o binóculos e o cantil. Um deles pareceu que viu os objetos ao passar. Val jogou uma fruta da árvore longe para fazer barulho. Eles correram até lá. Val, com um galho, puxou os objetos com algum esforço.
            O homem que tinha percebido os objetos, voltou mas não os encontrou. Balançou a cabeça e foi saindo. Val pensou em atirar neles, mas se ela o fizessem poderiam dar por falta deles.
            Uma mulher saiu da passagem. Val a reconheceu, era uma assassina. Há cerca de meio ano o DT ( Diamont Team) se envolveu em um caso com ela, ela deveria estar presa em uma cadeia de segurança máxima. Val se perguntava porque ela estava solta. Val não podia falar pois Lisa podia escutá-la. E na altura da árvore em que Val estava, podia ser vista por ela. Lisa era profissional e como tal, perceberia Val escondida. Um lobo uivou. Val aproveitou o barulho e subiu mais, se escondendo bem.
            Os homens voltaram correndo alguns minutos depois, avisando que encontraram o cadáver. Ela falou com eles e Val pôde escutar apenas algumas partes, mas era o suficiente para se ter uma idéia do que se passava no esconderijo.
            Depois que ela entrou, Val tomou a certeza de que ela podia sair em segurança. Desceu da árvore e retomou o caminho.

            Celly já estava ansiosa. Val não estava mais falando. Ela só conseguiu entender algumas frases desconexas que Val ia falando. Celly sabia que era porque Val estava bolando algo. Val falou do que mais ou menos iam precisar, Celly anotava o que Val dizia, sem entender. Val disse que depois explicava. Depois que anotou os equipamentos necessários, Celly pediu que Brendan fosse buscá-los.
            Brendan olhou a lista. �Parece que vamos para a guerra!� ele falou. Celly não achou graça na piada e ele foi buscar os equipamentos. Brendan já tinha voltado quando Val apareceu. Todos se assustaram com o estado dela, mas Bel principalmente.

            Bel foi no carro com Celly e Val. quando chegaram o general comemorou que Val estava viva. Val explicou o que tinha ocorrido para Celly e Bel enquanto tomava banho. Val colocou uma roupa pretas, com boné e tênis também pretos. Era para a camuflagem, logo ia escurecer e ia ficar mais fácil.
            Depois que Celly contou para os garotos o que acontecera, ele começaram a bolar um plano. Val ficou com fome e pediu um lanche. Bel anotava tudo o que eles faziam ou falavam. Queria saber como eles agiam para que ela pudesse agir como eles.
            O lanche chegou, eles estavam comendo quando Bel perguntou como Val  tinha  despistado os bandidos com e mina.

            Val comia pacificamente seu lanche enquanto eles falavam. Nem deu bola quando Kyle colocou a mão sobre a de Bel, e até riu quando percebeu que Celly a olhou para saber a sua reação. Quando, por fim, Bel disse que queria escutar, Val deu um sorriso.